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1.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 38(4): e00101721, 2022. tab, graf
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1374808

RESUMO

Trata-se de estudo descritivo que teve como objetivo discutir as repercussões da mudança na metodologia de coleta da variável cor/raça no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) sobre as taxas de mortalidade infantil (TMI) segundo cor/raça no Brasil. Foram analisadas as variações anuais nas frequências de nascidos vivos e óbitos infantis por cor/raça entre 2009 e 2017. As TMI por cor/raça foram estimadas segundo três estratégias: (1) método direto; (2) fixando-se, em todos os anos, as proporções de nascidos vivos por cor/raça observadas em 2009; e (3) fixando-se, em todos os anos, as proporções de óbitos por cor/raça observadas em 2009. As estratégias visaram explorar o efeito isolado das variações nas proporções de nascidos vivos ou de óbitos por cor/raça sobre as estimativas de TMI antes e após a mudança da variável cor/raça no SINASC. De 2011 para 2012 (ano de mudança da variável cor/raça no SINASC), verificou-se súbito incremento das Declarações de Nascidos Vivos (DNV) de cor/raça preta, parda e indígena, acompanhado de redução de DNV de cor/raça branca, sem variações correspondentes nos óbitos. O incremento do denominador da TMI das categorias de cor/raça socialmente mais vulnerabilizadas resultou na atenuação das TMI de pretos e indígenas, no incremento da TMI de brancos e, consequentemente, na redução artificial das iniquidades na mortalidade infantil por cor/raça. A mudança da variável cor/raça no SINASC interrompeu a série histórica de nascidos vivos por cor/raça, afetando os indicadores que potencialmente dependem desses dados para seu cálculo, como a TMI. Argumenta-se que as TMI por cor/raça antes e após a mudança no SINASC são indicadores distintos e não comparáveis.


This descriptive study aimed to discuss the repercussions of the change in the methodology for recording the color/race variable in the Brazilian Information System on Live Births (SINASC) on infant mortality rates (IMR) according to color/race in Brazil. Annual variations were analyzed in the rates of live births and infant deaths according to color/race from 2009 to 2017. The IMR according to color/race were estimated using three strategies: (1) direct method; (2) for every year, setting the same proportions of live births by color/race as observed in 2009; and (3) for every year, setting the same proportions of deaths by color/race as observed in 2009. The strategies aimed to explore the single effect of the variations in the proportions of live births or of deaths according to color/race on the estimated IMR before and after the change in the color/race variable in the SINASC database. Between 2011 and 2012 (the year of the change in the color/race variable in SINASC), there was a sudden increase in birthdates with black, brown, and indigenous color/race, along with a reduction in birthdates with white color/race, without no corresponding variations in deaths. The increase of more socially vulnerable color/race categories in the IMR denominator resulted in the attenuation of IMR for black and indigenous infants and in an increase in the IMR for white infants and consequently an artificial reduction in iniquities in infant mortality according to color/race. The change in the color/race variable in SINASC interrupted the historical series of live births by color/race, affecting indicators that potentially depend on these data for their calculation, in this case the IMR. The resulting argument is that infant mortality rates by color/race before versus after the change in the SINASC database are distinct and noncomparable indicators.


Estudio descriptivo que tuvo como objetivo discutir las repercusiones del cambio en la metodología de recogida de la variable color/raza en el Sistema de Información sobre Nacidos Vivos (SINASC) sobre las tasas de mortalidad infantil (TMI), según color/raza en Brasil. Se analizaron las variaciones anuales en las frecuencias de nacidos vivos y óbitos infantiles por color/raza entre 2009 y 2017. Las TMI por color/raza se estimaron según tres estrategias: (1) método directo; (2) fijándose, en todos los años, las proporciones de nacidos vivos por color/raza observadas en 2009; y (3) fijándose, en todos los años, las proporciones de óbitos por color/raza observadas en 2009. Las estrategias tuvieron como objetivo explorar el efecto aislado de las variaciones en las proporciones de nacidos vivos o de óbitos por color/raza sobre las estimaciones de TMI antes y tras el cambio de la variable color/raza en el SINASC. De 2011 a 2012 (año de cambio de la variable color/raza en el SINASC), se verificó un súbito incremento de las Declaraciones de Nacidos Vivos (DNV) de color/raza negra, mestiza e indígena, acompañado de una reducción de DNV de color/raza blanca, sin variaciones correspondientes en los óbitos. El incremento del denominador de la TMI de las categorías de color/raza socialmente más vulnerabilizadas resultó en la atenuación de las TMI de negros e indígenas y en el incremento de la TMI de blancos y, consecuentemente, en la reducción artificial de las inequidades en la mortalidad infantil por color/raza. El cambio de la variable color/raza en el SINASC interrumpió la serie histórica de nacidos vivos por color/raza, afectando los indicadores que potencialmente dependen de esos datos para su cálculo, como la TMI. Se argumenta que las TMI por color/raza antes y después del cambio en el SINASC son indicadores distintos y no comparables.


Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Lactente , Sistemas de Informação em Saúde , Brasil/epidemiologia , Sistemas de Informação , Etnicidade , Mortalidade Infantil , Nascido Vivo/epidemiologia
2.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 37(7): e00060220, 2021. tab, graf
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1285853

RESUMO

Resumo: Os quilombolas constituem parte das minorias étnico-raciais do país que apresentam iniquidades em saúde, reflexo de um processo histórico de grandes desvantagens socioeconômicas. O objetivo foi avaliar o estado nutricional e fatores associados ao déficit estatural em crianças quilombolas menores de cinco anos residentes em comunidades quilombolas tituladas na Região Nordeste do Brasil. Utilizaram-se dados secundários provenientes da Pesquisa de Avaliação da Situação de Segurança Alimentar e Nutricional em Comunidades Quilombolas Tituladas (2011). Os desfechos de interesse foram o déficit estatural (estatura-para-idade < -2z), excesso de peso (peso-para-estatura > 2z) e o déficit ponderal (peso-para-idade < -2z). Foi empregado o teste qui-quadrado para avaliar a significância das diferenças entre as prevalências. A análise multivariada considerou um modelo conceitual hierárquico sobre o déficit estatural. As prevalências de excesso de peso e déficit ponderal foram 2,8% e 6,1%, respectivamente. O déficit estatural foi diagnosticado em 14,1% da amostra. O modelo hierárquico de déficit estatural evidenciou maiores prevalências do agravo entre crianças que não tinham acesso à atenção básica (RP = 1,63; IC95%: 1,11; 2,41), à água tratada (RP = 2,09; IC95%: 1,42; 3,08) e que nasceram com baixo peso (RP = 2,19; IC95%: 1,33; 3,61). A elevada prevalência de déficit estatural mostra que a população quilombola no Nordeste apresenta condições de saúde desfavoráveis, sendo reflexo da falta de acesso à atenção básica e das precárias condições de saneamento.


Abstract: Quilombolas, or members of maroon communities in Brazil, are part of the country's ethnic/racial minorities exposed to health inequities, reflecting a historical process of harsh socioeconomic disadvantages. The study aimed to assess nutritional status and factors associated with stunting in quilombola children under five years of age living in land-deeded quilombola communities in Northeast Brazil. The study used secondary data from the Survey on Food and Nutritional Security in Land-Deeded Quilombola Communities (2011). The target outcomes were stunting (height-for-age < -2z), excess weight (weight-for-height > 2z), and underweight (weight-for-age < -2z). Chi-square test was used to assess the significance of differences between prevalence rates. Multivariate analysis used a hierarchical conceptual model on stunting. Prevalence rates for excess weight and underweight were 2.8% and 6,1%, respectively. Stunting was diagnosed in 14.1% of the sample. The hierarchical model for stunting evidenced higher prevalence rates among children without access to primary healthcare (PR = 1.63; 95%CI: 1.11; 2.41) and safe water (PR = 2.09; 95%CI: 1.42; 3.08) and those with a history of low birthweight (PR = 2.19; 95%CI: 1.33; 3.61). The high prevalence of stunting showed that the quilombola' population in the Northeast experiences unfavorable health condition, reflecting lack of access to primary healthcare and precarious sanitation.


Resumen: Los quilombolas constituyen parte de las minorías étnico-raciales del país que presentan inequidades en salud, reflejo de un proceso histórico que implicó grandes desigualdades socioeconómicas. El objetivo del trabajo fue evaluar el estado nutricional y los factores asociados con el déficit de estatura en niños quilombolas, menores de 5 años, residentes en comunidades quilombolas, ubicadas en la Región Nordeste del Brasil. Se utilizaron datos secundarios provenientes de la Pesquisa de Avaliação da Situação de Segurança Alimentar e Nutricional em Comunidades Quilombolas Tituladas (2011). Los resultados de interés fueron: déficit de estatura (estatura-para-edad < -2z), exceso de peso (peso-para-estatura > 2z) y insuficiencia ponderal (peso-para-edad < -2z). Se empleó la prueba chi-cuadrado para evaluar la significancia de las diferencias entre las prevalencias. El análisis multivariado consideró un modelo conceptual jerárquico sobre la insuficiencia de estatura. Las prevalencias de exceso de peso y déficit ponderal fueron 2,8%, 6,1%, respectivamente. El déficit de estatura fue diagnosticado en un 14,1% de la muestra. El modelo jerárquico de déficit de estatura evidenció mayores prevalencias de enfermedades entre niños que no tenían acceso a la atención básica (RP = 1,63; IC95%: 1,11; 2,41), al agua tratada (RP = 2,09; IC95%: 1,42; 3,08) y que nacieron con bajo peso (RP = 2,19; IC95%: 1,33; 3,61). La elevada prevalencia de déficit de estatura muestra que la población quilombola en el Nordeste presenta condiciones de salud desfavorables, siendo reflejo de la falta de acceso a la atención básica en salud y de las precarias condiciones de saneamiento.


Assuntos
Humanos , Pré-Escolar , Criança , Estado Nutricional , Transtornos do Crescimento/etiologia , Transtornos do Crescimento/epidemiologia , Magreza , Brasil/epidemiologia , Prevalência , Estudos Transversais
3.
Online braz. j. nurs. (Online) ; 19(3)set. 2020. tab
Artigo em Inglês, Espanhol, Português | LILACS, BDENF | ID: biblio-1129542

RESUMO

OBJETIVO: Discutir sobre o perfil dos participantes da cirurgia bariátrica a partir das intersecções de gênero, raça e classe e a padronização sobre o corpo das mulheres. MÉTODOS: Coorte com 387 adultos submetidos à cirurgia bariátrica entre 2012 e 2014, em hospital geral de Minas Gerais. A associação entre as variáveis estudadas foi investigada em análises estratificadas por sexo, categoria autorreferida. RESULTADOS: A amostra foi composta predominantemente pelo sexo feminino, idade entre 31 e 45 anos e cor de pele parda. Observou-se diferença estatística entre cor de pele, renda média familiar entre os sexos. CONCLUSÃO: O predomínio da realização de cirurgias bariátricas pelo sexo feminino é pensado como integrante das relações de gênero, que se entrecruzam com as relações de raça e classe, configurando hierarquias. Torna-se necessária a articulação entre cirurgia bariátrica, educação em saúde e outras terapias que se refiram, principalmente, à liberdade de vivência do corpo com relações de gênero menos hierarquizantes e mais saudáveis.


OBJETIVO: Discutir el perfil de los participantes en cirugía bariátrica desde las intersecciones de género, raza y clase y la estandarización de los cuerpos de las mujeres. MÉTODOS: Cohorte con 387 adultos que se sometieron a cirugía bariátrica entre 2012 y 2014, en un hospital general de Minas Gerais. La asociación entre las variables estudiadas se investigó en análisis estratificados por género, categoría autoinformada. RESULTADOS: La muestra estuvo compuesta predominantemente por mujeres, con edades entre 31 y 45 años y color de piel morena. Hubo una diferencia estadística entre el color de la piel y el ingreso familiar promedio entre sexos. CONCLUSIÓN: Se piensa que el predominio de las cirugías bariátricas femeninas forma parte de las relaciones de género, que se entrelazan con las relaciones de raza y clase, configurando jerarquías. Es necesario articular la cirugía bariátrica, la educación para la salud y otras terapias que se refieren principalmente a la libertad del cuerpo para vivir relaciones de género menos jerárquicas y más saludables.


OBJECTIVE: To discuss the profile of participants in bariatric surgery concerning the intersections of gender, race and class and the standardization of women's bodies. METHODS: Cohort with 387 adults undergoing bariatric surgery between 2012 and 2014, in a general hospital in Minas Gerais General. The association between the studied variables was investigated in analyzes stratified by sex, a self-reported category. RESULTS: The sample was predominantly composed of females, aged between 31 and 45 years old and brown skin color. There was a statistical difference between skin color, average family income between genders. CONCLUSION: The predominance of female bariatric surgeries is thought to be part of gender relations, which intertwine with race and class relations, forming hierarchies. It becomes necessary to link bariatric surgery, health education and other therapies that refer mainly to the freedom of the body to experience less hierarchical and healthier gender relations


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Fatores Socioeconômicos , Saúde de Gênero , Cirurgia Bariátrica , Estudos de Coortes , Saúde da Mulher , Saúde do Homem
4.
Epidemiol. serv. saúde ; 29(2): e2018428, 2020. tab
Artigo em Inglês, Português | SES-SP, ColecionaSUS, LILACS | ID: biblio-1133810

RESUMO

Objetivo: estimar a prevalência de extrações dentárias autorrelatadas e analisar os fatores associados em comunidades quilombolas de Feira de Santana, Bahia, Brasil. Métodos: estudo transversal, com 864 quilombolas; a associação entre autorrelato de extrações dentárias (sem experiência de extração; ≤5 dentes extraídos; >5 dentes extraídos) e possíveis fatores associados foi estimada por meio da regressão logística multinomial, considerando-se 95% de intervalo de confiança (IC95%). Resultados: extrações dentárias foram autorrelatadas por 82,0% dos quilombolas, sendo 49,8% com ≤5 e 32,2% com >5 dentes extraídos; ser do sexo masculino (OR ajustada = 1,7 - IC95% 1,1;2,7), encontrar-se empregado sem carteira assinada (OR ajustada = 2,7 - IC95% 1,3;5,7), ter idade ≥60 anos (OR ajustada = 5,2 - IC95% 1,9;14,1) e ter tido cárie dentária (OR ajustada = 4,1 - IC95% 2,5;6,7) associaram-se a maiores chances de ter extraído dentes. Conclusão: extrações dentárias estão associadas a condições de vulnerabilidade social vivenciadas pelos quilombolas do Semiárido baiano.


Objetivo: estimar la prevalencia de extracciones dentales auto-relatadas y analizar los factores asociados en las comunidades quilombolas de Feira de Santana, Bahia, Brasil. Métodos: estudio transversal, con 864 quilombolas; la asociación entre auto-relato de extracciones dentales (sin experiencia de extracción, ≤5 dientes extraídos y >5 dientes extraídos) y los posibles factores asociados fue estimada a través de la regresión logística multinomial considerando el 95% de intervalo de confianza (IC95%). Resultados: extracciones dentales fueron auto-relatadas por el 82,0%, siendo 49,8% con ≤5 y 32,2% con >5 dientes extraídos; sexo masculino (Odds Ratio ajustado = 1,7 - IC95%1,1;2,7), trabajadores sin estar en planilla (OR ajustado = 2,7 - IC95%1,3;5,7), con edad ≥60 (OR ajustado = 5,2 - IC95%1,9;14,1) y que mencionaron haber tenido caries dentales (OR ajustado = 4,1 - IC95%2,5;6,7), se asociaron a más probabilidades de haber extraído los dientes. Conclusión: extracciones dentales parecen estar asociadas a condiciones de vulnerabilidades sociales vividas por los quilombolas del Semiárido bahiano.


Objective: to estimate the prevalence of self-reported tooth extractions and analyze associated factors in quilombola communities in Feira de Santana, Bahia, Brazil. Methods: this was a cross-sectional study, with 864 quilombolas; association between self-reported tooth extractions (no experience of extraction; ≤5 extracted teeth; >5 extracted teeth), and possible associated factors was estimated using multinomial logistic regression, with a 95% confidence interval (95%CI). Results: tooth extractions were self-reported by 82.0% of quilombolas, 49.8% of whom had ≤5 teeth extracted and 32.2% of whom had >5 teeth extracted; greater likelihood of tooth extraction was associated with being male (adjusted OR = 1.7 - 95%CI1.1;2.7), working as an unregistered worker (adjusted OR = 2.7 - 95%CI1.3;5.7), being ≥60 years old (adjusted OR = 5.2 - 95%CI1.9;14.1) and reporting having dental caries (adjusted OR = 4.1 - 95%CI2.5;6.7). Conclusion: tooth extractions are associated with social vulnerability conditions experienced by the quilombolas of the semi-arid region of Bahia state.


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Extração Dentária/estatística & dados numéricos , Saúde Bucal/estatística & dados numéricos , População Negra/etnologia , Fatores Socioeconômicos , Brasil , Etnicidade/estatística & dados numéricos , Saúde da População Rural/estatística & dados numéricos , Diagnóstico Bucal , Fatores Raciais
5.
Epidemiol. serv. saúde ; 28(1): e2018047, 2019. tab, graf
Artigo em Inglês, Português | LILACS | ID: biblio-1001961

RESUMO

Objetivo: analisar a sobrevida de pessoas com aids e sua associação com escolaridade e raça/cor da pele. Métodos: coorte de diagnosticados entre 1998 e 1999, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, com análise de sobrevida (método de Kaplan--Meier), estratificada por escolaridade e raça/cor da pele; a análise multivariada foi realizada mediante regressão de Cox. Resultados: foram incluídas 2.091 pessoas com sobrevida em 60 meses, a percentuais de 65% entre brancos e 62% entre pretos/pardos; o uso irregular de antirretrovirais (HR=11,2 - IC95%8,8;14,2) e a idade ≥60 anos (HR=2,5 - IC95%1,4;4,4) foram relacionados com menor sobrevida; escolaridade >8 anos (HR=0,4 - IC95%0,3;0,6) e sexo feminino (HR=0,6 - IC95%0,5;0,8) relacionaram-se positivamente com sobrevida; os menos escolarizados tiveram sobrevida menor. Conclusão: menor escolaridade sobrepôs-se às diferenças de raça/cor da pele, quando relacionada à sobrevida; tais desigualdades explicaram as diferenças observadas, mesmo com políticas de acesso universal aos antirretrovirais.


Objetivo: analizar la sobrevida de personas con sida y su asociación con escolaridad y raza/color de la piel. Métodos: cohorte de diagnosticados entre 1998 y 1999, en las regiones Sur y Sudeste de Brasil, con análisis de supervivencia (Kaplan-Meier), estratificados por educación y raza/color de la piel; el análisis multivariante se realizó con regresión de Cox. Resultados: fueron incluidas 2.091 personas con sobrevida de 60 meses, a porcentuales de 65% entre blancos y 62% entre negros/pardos; el uso irregular de antirretrovirales (HR=11,2 - IC95%8,8;14,2) y la edad ≥60 años (HR=2,5 - IC95%1,4;4,4) se relacionaron con una menor sobrevida; escolaridad >8 años (HR=0,4 - IC95%0,3;0,6) y sexo femenino (HR=0,6 - IC95%0,5;0,8) se relacionaron positivamente con sobrevida; los menos escolarizados tuvieron sobrevida menor. Conclusión: menor escolaridad se superpuso a las diferencias de raza/color de la piel referida, cuando relacionada a la supervivencia; tales desigualdades explicaron las diferencias observadas, aún con políticas de acceso universal a antirretrovirales.


Objective: to analyze the survival of people with AIDS and association with schooling and race/skin color. Methods: this was a retrospective cohort study of people diagnosed with AIDS between 1998 and 1999, in the South and Southeast regions of Brazil. We used survival analysis (Kaplan-Meier method), stratified by schooling and race/skin color and multivariate analysis was performed using Cox regression. Results: the study included 2,091 people who had survived at 60 months, with 65% survival among White participants and 62% among Black/brown participants. Irregular use of antiretroviral (HR=11.2 - 95%CI8.8;14.2), and age ≥60 years (HR=2.5 - 95%CI1.4;4.4) were related to lower survival; schooling >8 years (HR=0.4 - 95%CI0.3;0.6) and being female (HR=0.6 - 95%CI0.5;0.8) were positively related to survival; those with less schooling had lower survival. Conclusion: lower schooling levels overlap race/skin color differences in relation to survival; these inequalities explain the differences found, despite the policies on universal access to antiretroviral.


Assuntos
Masculino , Feminino , Adolescente , Adulto , Pessoa de Meia-Idade , Idoso , Infecções por HIV/mortalidade , Infecções por HIV/epidemiologia , Análise de Sobrevida , Estudos Retrospectivos , Síndrome de Imunodeficiência Adquirida/mortalidade , Síndrome de Imunodeficiência Adquirida/epidemiologia , Fatores Socioeconômicos , Brasil/epidemiologia , Estudos de Coortes , Acesso aos Serviços de Saúde/estatística & dados numéricos
6.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 35(supl.3): e00006119, 2019. tab, graf
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-1019646

RESUMO

Resumo: As investigações sobre os sistemas de classificação racial no Brasil evidenciam as influências de aspectos socioeconômicos na expressão das categorias de cor/raça, com destaque para brancos e negros. O objetivo deste trabalho foi analisar arranjos específicos formados entre pais, mães e filhos em que, pelo menos, um deles era indígena. Com base na amostra do Censo Demográfico de 2010, foram selecionados domicílios com pelo menos três moradores (pai, mãe e filhos), sendo, pelo menos, um indígena. Os filhos foram caracterizados segundo cor/raça (branca, parda e indígena), sexo, idade, renda domiciliar per capita, escolaridade das mães e número de moradores nos domicílios urbanos e rurais. Foram realizadas análises descritivas e regressão logística multinomial. Estimou-se um total de 290.247 filhos (77,1% indígenas, 13,8% pardos e 9,1% brancos), dos quais 74,3% residiam em domicílios rurais e 41,3% na Região Norte; filhos brancos e pardos estavam localizados majoritariamente em áreas urbanas. As chances de os filhos de pais ou mães indígenas terem sido classificados como brancos foram mais expressivas nas regiões Sudeste e Sul. Os filhos apresentaram maiores chances de serem classificados como brancos e pardos com o aumento do rendimento mensal e da escolaridade materna. Os achados demonstram como a posição socioeconômica está associada de forma significativa com os processos de classificação de cor/raça no Brasil, também nos segmentos indígenas da população.


Abstract: Studies on racial classification systems in Brazil reveal the influence of socioeconomic factors in the expression of color/race categories, especially for whites and blacks. The aim of this study was to analyze specific family arrangements between fathers, mothers, and children, at least one of whom was indigenous. Based on the sample from the 2010 Population Census, we selected households with at least three residents (father, mother, and children), at least one of whom was indigenous. Children were characterized according to color/race (white, brown, and indigenous), sex, age, per capita household income, maternal schooling, and number of urban and rural household residents. Descriptive and multinomial logistic regression analyses were performed. We estimated a total of 290.247 children (of whom 77.1% were classified as indigenous, 13.8% brown, and 9.1% white), 74.3% living in rural households and 41.3% in the North region of Brazil; children classified as white and brown were located mostly in urban areas. The odds of children of indigenous fathers or mothers being classified as white were higher in the Southeast and South. The odds of children being classified as white or brown increased proportionally with monthly income and maternal schooling. The findings show that socioeconomic status is significantly associated with color/race classification in Brazil, including in indigenous households.


Resumen: Las investigaciones sobre los sistemas de clasificación racial en Brasil evidencian las influencias de aspectos socioeconómicos en la expresión de las categorías de color/raza, destacando blancos y negros. El objetivo de este trabajo fue analizar núcleos específicos familiares formados por padres, madres e hijos donde, por lo menos, uno de ellos era indígena. A partir de la muestra del Censo Demográfico 2010, se seleccionaron domicilios con por lo menos tres residentes (padre, madre e hijos), siendo, por lo menos, uno indígena. Todos ellos fueron caracterizados según color/raza (blanca, mestiza e indígena), sexo, edad, renta domiciliaria per cápita, escolaridad de las madres y número de residentes en los domicilios urbanos y rurales. Se realizaron análisis descriptivos y una regresión logística multinomial. Se estimó un total de 290.247 hijos (77,1% indígenas, 13,8% mestizos y 9,1% blancos), de los cuales un 74,3% residían en domicilios rurales y 41,3% en la región norte; los hijos blancos y mestizos estaban localizados mayoritariamente en áreas urbanas. Las oportunidades de que los hijos de padres o madres indígenas hayan sido clasificados como blancos fueron más expresivas en las regiones del sudeste y sur. Los hijos presentaron mayores oportunidades de ser clasificados como blancos y mestizos con el aumento de la renta mensual, así como de la escolaridad materna. Los hallazgos demuestran como la posición socioeconómica se asocia de forma significativa con los procesos de clasificación de color/raza en Brasil, también en los segmentos indígenas de la población.


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Lactente , Pré-Escolar , Criança , Adolescente , Índios Sul-Americanos/estatística & dados numéricos , Características da Família/etnologia , Censos , População Rural/estatística & dados numéricos , Fatores Socioeconômicos , População Urbana/estatística & dados numéricos , Brasil , Pigmentação da Pele , Escolaridade , Pai/classificação , Pai/estatística & dados numéricos , Fatores Raciais/classificação , Fatores Raciais/estatística & dados numéricos , Mães/estatística & dados numéricos
7.
Rev. bras. med. fam. comunidade ; 13(40): 1-13, jan.-dez. 2018.
Artigo em Português | LILACS, ColecionaSUS | ID: biblio-969406

RESUMO

Objetivo: Realizar um diagnóstico situacional das condições de saúde da população negra no município de Florianópolis (SC). Métodos: Trata-se de estudo do tipo levantamento, descritivo. Os dados dos sistemas de informação em saúde foram consultados nas bases disponíveis (prontuários eletrônicos municipais, dados censitários e TABNET DATASUS estadual e nacional), com análise da variável raça/cor, no período de 2010 a 2016. Resultados: Os resultados revelam, na população negra, piores condições de escolaridade e renda, maior proporção de mães adolescentes, menor número de consultas pré-natal, maiores proporções de casos de sífilis em gestantes e tuberculose e menor cobertura de plano privado de saúde. Os pacientes negros frequentaram proporcionalmente mais os Centros de Atenção Psicossocial, em comparação aos atendimentos nos Centros de Saúde. Dentre as três primeiras causas de óbitos que encurtam a vida, AIDS e homicídios aparecem todos os anos dentre a população negra, não aparecendo na população branca. Causas perinatais também aparecem apenas dentre negros. Em 2016, suicídio tornou-se a terceira causa de óbito que encurta a vida na população parda. Conclusão: As piores condições de saúde na população negra podem refletir as piores condições socioeconômicas dessa população, bem como o racismo institucional e o mito da democracia racial brasileira


Objective: To achieve a situational diagnosis of the health conditions of the black population in the city of Florianopolis (SC). Methods: It is a survey-type research, descriptive. Data from the health information systems were consulted in the available databases (municipal electronic records, census data and state and national TABNET DATASUS), analyzing the race/color variable, from 2010 to 2016. Results: The results reveal, among black population, worst schooling and income conditions, higher proportion of adolescent mothers, lower number of prenatal consultations, higher proportions of cases of syphilis in pregnant women and tuberculosis, and lower coverage of private health plans. Black patients attended the Psychosocial Care Centers proportionally more than in the Health Centers. Among the three leading causes of life-shortening deaths, AIDS and homicides appear every year among the black population, not appearing in the white population. Perinatal causes also appear only among black people. In 2016, suicide became the third leading cause of death that shortens life in the brown population. Conclusion: The worst health conditions in the black population may reflect also the worst socioeconomic conditions of this population and the institutional racism and the myth of Brazilian racial democracy.


Objetivo: Se pretende realizar un diagnóstico situacional de las condiciones de salud de la población negra en el municipio de Florianópolis (SC). Métodos: Se trata de estudio del tipo compilación, descriptivo. Los datos de los sistemas de información en salud fueron consultados en las bases disponibles (prontuarios electrónicos municipales, datos censales y TABNET DATASUS estadual y nacional), analizando la variable raza/color, en el período de 2010 a 2016. Resultados: Los resultados revelan, en la población negra, peores condiciones de escolaridad y renta, mayor proporción de madres adolescentes, menor número de consultas prenatales, mayores proporciones de casos de sífilis en gestantes y tuberculosis y menor cobertura de plan privado de salud. Los pacientes negros frecuentan proporcionalmente más los Centros de Atención Psicosocial, en comparación a los atendimientos en los Centros de Salud. Entre las tres primeras causas de muertes que acortan la vida, la SIDA y los homicidios aparecen todos los años entre la población negra, no apareciendo en la población blanca. Causas perinatales también aparecen sólo entre negros. En 2016, el suicidio se convirtió en la tercera causa de muerte que acorta la vida en la población parda. Conclusión: Las peores condiciones de salud en la población negra pueden reflejar las peores condiciones socioeconómicas de esa población, bien como el racismo institucional y el mito de la democracia racial brasileña.


Assuntos
Humanos , Atenção Primária à Saúde , Estratégias de Saúde Nacionais , Capacitação de Recursos Humanos em Saúde , Saúde das Minorias Étnicas , Política de Saúde , Pessoal de Saúde , Capacitação Profissional
8.
Epidemiol. serv. saúde ; 27(4): e2018022, 2018. tab, graf
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-975199

RESUMO

Objetivo: analisar a evolução da realização de ao menos sete consultas de pré-natal no Brasil, no período 2000-2015, segundo escolaridade da mãe e raça/cor da pele do recém-nascido. Métodos: estudo de série temporal com base no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc); investigaram-se desigualdades relativas e absolutas ajustadas pela idade materna e semana de gestação quando ocorreu o parto. Resultados: analisaram-se aproximadamente 48 milhões de nascimentos; a proporção de realização de sete ou mais consultas de pré-natal aumentou nacionalmente (de 46,0 para 66,9%) e em todos os grupos analisados; a diferença relativa entre os extremos de escolaridade variou de 3,0 para 2,0 e a absoluta de 53,1 para 47,7 pontos percentuais; a razão ajustada entre raça/cor da pele branca e preta era de 1,4 em 2000 e chegou a 1,2 em 2015. Conclusão: a proporção de gestantes com sete ou mais consultas de pré-natal aumentou no Brasil, embora desigualdades ainda tenham sido observadas.


Objetivo: analizar la evolucion de cobertura de siete o más consultas prenatales en mujeres embarazadas en Brasil, en el período 2000-2015 según el nivel de educación y la raza/color de piel del recién nacido. Métodos: estudio de series temporales basado en datos del Sistema de Informaciones sobre Nacidos Vivos (Sinasc); se investigaron las desigualdades relativas y absolutas, ajustadas por edad materna y semana gestacional por ocasión del parto. Resultados: se analizaron aproximadamente 48 millones de nacimientos; la proporción de siete o más consultas aumentó en Brasil (de 46.0% a 66.9%) en todos los grupos analizados; la diferencia relativa entre los extremos del nivel educativo varió de 3.0 a 2.0 y la diferencia absoluta de 53.1 a 47.7 puntos porcentuales; la razón ajustada entre raza/color blanca y negra, de 1,4 en 2000, llegó a 1,2 en 2015. Conclusión: la proporción de gestantes con siete o más consultas prenatales aumentó en Brasil, pero aún se observan desigualdades.


Objective: to analyze evolution as to conducting seven or more prenatal consultations with pregnant women in Brazil, in the period 2000-2015 according to maternal education level and race/skin color of the newborn baby. Methods: this was a time series study based on Live Births Information System (SINASC) data; relative and absolute inequalities were investigated, adjusted for maternal age and gestational week in which childbirth occurred. Results: we analyzed approximately 48 million births; the proportion of seven or more prenatal consultations increased nationally (from 46.0% to 66.9%) in all groups analyzed; the relative difference between the extremes of education level ranged from 3.0 to 2.0, while the absolute difference ranged from 53.1 to 47.7 percentage points; the adjusted ratio between White/Black race/skin color was 1.4 in 2000 and 1.2 in 2015. Conclusion: the proportion of pregnant women having seven or more prenatal consultations has increased in Brazil, although inequalities are still found.


Assuntos
Humanos , Feminino , Gravidez , Cuidado Pré-Natal , Escolaridade , Disparidades nos Níveis de Saúde , Saúde das Minorias Étnicas , Fatores Socioeconômicos , Estudos de Séries Temporais
9.
Cad. Saúde Pública (Online) ; 34(9): e00211717, 2018. tab, graf
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-952455

RESUMO

Os objetivos foram investigar a associação entre raça/cor e a sobrevivência em 10 anos de mulheres com câncer de mama e o papel do estadiamento como mediador. Coorte hospitalar com 481 mulheres com câncer invasivo de mama, diagnosticadas entre 2003 e 2005. Foram feitas comparações entre mulheres brancas e negras quanto às características sociodemográficas e ao estadiamento, usando o teste qui-quadrado, e à sobrevivência em 10 anos, usando os métodos de Kaplan-Meier e regressão de Cox. Foram estimados para a variável raça/cor efeitos diretos e indiretos, mediados pelo estadiamento, com ajuste para a condição social da área de residência e idade, utilizando o modelo de respostas potenciais (contrafactual) e regressão múltipla de Cox. As mulheres negras residiam em setores censitários de menor renda, eram usuárias do setor público em maior proporção e foram diagnosticadas com estadiamentos mais avançados. A sobrevivência específica em 10 anos foi de 64,3% (IC95%: 60,0; 68,9), com diferença significativa entre brancas (69,5%; IC95%: 64,8; 74,6) e negras (44%; IC95%: 35,2; 55,1). Nos modelos múltiplos, ajustados para renda e idade, as negras tiveram pior prognóstico (HR = 2,09; IC95%: 1,76; 2,51), e a proporção mediada pelo estadiamento foi de 40% (IC95%: 37; 42). Há disparidade racial na sobrevivência do câncer de mama em 10 anos, mediada principalmente pelo estadiamento mais avançado da doença nas mulheres negras. Isso aponta para a necessidade de ampliar a cobertura e a qualidade do programa de rastreamento dessa doença e facilitar o acesso ao diagnóstico e tratamento precoces, com vistas à redução da iniquidade racial.


The study's objectives were to investigate the association between race/color and 10-year survival in women with breast cancer and the role of staging as mediator. This was a hospital cohort with 481 women with invasive breast cancer diagnosed from 2003 to 2005. Comparisons were made between white and black women as to sociodemographic characteristics and staging, using the chi-square test, and 10-year survival, using Kaplan-Meier and Cox regression methods. For the race/color variable, direct and indirect effects were estimated, mediated by staging, with adjustment for the socioeconomic status of the woman's area of residence and age, using the potential responses (counterfactual) model and Cox multiple regression. Black women living in low-income census tracts were more likely to use the public health care system and to be diagnosed at more advanced stages. Breast cancer-specific 10-year survival was 64.3% (95%CI: 60.0; 68.9), with a significant difference between whites (69.5%; 95%CI: 64.8; 74.6) and blacks (44; 95%CI: 35.2%; 55.1). In the multivariate models adjusted for income and age, black women had worse prognosis (HR = 2.09; 95%CI: 1.76; 2.51), and the proportion mediated by staging was 40% (95%CI: 37; 42). There is racial disparity in 10-year breast cancer survival in Brazilian women, mediated mainly by more advanced staging at diagnosis in black women. This highlights the need to expand both the coverage and the quality of breast cancer screening and to facilitate access to early diagnosis and treatment in order to reduce racial inequality.


Los objetivos fueron investigar la asociación entre raza/color y la supervivencia en 10 años de mujeres con cáncer de mama y el papel de la fase de desarrollo como mediador. Se trata de una cohorte hospitalaria de 481 mujeres, con cáncer invasivo de mama, diagnosticadas entre 2003 y 2005. Se realizaron comparaciones entre mujeres blancas y negras, en cuanto a las características sociodemográficas y a la fase del cáncer, usando el test chi-quadrado, y la supervivencia en 10 años, usando los métodos de Kaplan-Meier y regresión de Cox. Se estimaron para la variable raza/color efectos directos e indirectos, mediados por las diferentes fases, con ajuste en la condición social del área de residencia y edad, utilizando el modelo de respuestas potenciales (contrafactual) y regresión múltiple de Cox. Las mujeres negras residían en sectores censitarios de menor renta, eran usuarias del sector público en mayor proporción y fueron diagnosticadas en fases más avanzadas. La supervivencia específica en 10 años fue de un 64,3% (IC95%: 60,0; 68,9), con una diferencia significativa entre blancas (69,5%; IC95%: 64,8%-74,6%) y negras (44%; IC95%: 35,2; 55,1). En los modelos múltiples, ajustados para renta y edad, las negras tuvieron un peor pronóstico (HR = 2,09; IC95%: 1,76-2,51), y la proporción mediada por el estadio fue de un 40% (IC95%: 37; 42). Existe disparidad racial en la supervivencia del cáncer de mama en 10 años, mediada principalmente por el estadio más avanzado de la enfermedad en las mujeres negras. Esto apunta la necesidad de ampliar la cobertura y calidad del programa de rastreo de esa enfermedad y facilitar el acceso al diagnóstico y tratamiento precoces, con vistas a la reducción de la inequidad racial.


Assuntos
Humanos , Feminino , Idoso , Neoplasias da Mama/etnologia , Neoplasias da Mama/mortalidade , Disparidades nos Níveis de Saúde , Fatores Socioeconômicos , Fatores de Tempo , Brasil/etnologia , Neoplasias da Mama/patologia , Modelos de Riscos Proporcionais , Taxa de Sobrevida , Estudos de Coortes , Distribuição por Idade , População Negra , População Branca , Estimativa de Kaplan-Meier , Disparidades em Assistência à Saúde/etnologia , Fatores Raciais , Pessoa de Meia-Idade , Estadiamento de Neoplasias
10.
Biomédica (Bogotá) ; 37(3): 341-352, jul.-set. 2017. tab, graf
Artigo em Espanhol | LILACS | ID: biblio-888475

RESUMO

Resumen Introducción. La contaminación del agua y de los alimentos constituye un riesgo creciente para la salud a nivel mundial. Dicho riesgo varía según las concentraciones y las dosis de los contaminantes y el tiempo de exposición, especialmente por los posibles efectos a largo plazo debidos a la exposición crónica a bajas concentraciones de metales pesados como el plomo, el cadmio y el mercurio. Objetivo. Explorar la relación entre la condición socioeconómica, los patrones de alimentación y la exposición a metales pesados en una población de mujeres de Cali. Materiales y métodos. Participaron 233 mujeres en edad fértil, no embarazadas, residentes en el distrito de Aguablanca, Cali, Colombia. Se recolectó información sociodemográfica, así como sobre las condiciones de la vivienda, la exposición a metales pesados, la frecuencia de consumo de alimentos y las mediciones antropométricas. Para determinar las concentraciones de plomo, cadmio y mercurio, se tomaron muestras de lechuga, repollo y peces (tilapia y 'manteco'). Se hicieron análisis descriptivos y de correspondencias múltiples para establecer los patrones de consumo. Resultados. El pescado se incluía en las tres comidas del día, especialmente en el almuerzo; se encontró cadmio por debajo de los niveles permitidos en tres muestras de 'manteco'. El 11,1 % de quienes consumían pescado una vez o más por semana lo había comprado en un expendio en el cual las muestras fueron positivas para cadmio. Mediante el análisis de correspondencias múltiples, se determinó la presencia de una relación entre el ser de raza negra y el consumo de 'manteco' y tilapia una vez o más por semana. Conclusiones. La población de estudio tuvo acceso a alimentos contaminados con metales pesados. Esto, sumado a las características metabólicas de las mujeres y a sus condiciones socioeconómicas, incrementó su exposición y vulnerabilidad frente a los efectos de la contaminación.


Abstract Introduction: Global increase in food and water pollution is associated with health risk, which depends on the concentration, the dose, and the exposure time. This has raised concerns about the possible long-term effects of chronic exposure to low concentrations of heavy metals, such as lead, cadmium and mercury. Objective: Toexplore the relationship among socioeconomic status, eating patterns, and exposure to heavy metals among a population of women in Cali, Colombia. Materials and methods: A total of 233 non-pregnant women of childbearing age living in the Aguablanca district of Cali, Colombia, were enrolled in the study. We gathered sociodemographic data, as well as information on housing conditions, exposure to heavy metals, frequency of food intake, and anthropometric measurements. Samples of lettuce, cabbage and fish (tilapia and butterfish) were collected to determine lead, cadmium, and mercury concentrations. Descriptive and multiple correspondence analyses were performed to establish eating patterns. Results: Fish was served in each of the three main meals of the day, with a bigger serving at lunch time. Cadmium was found in three samples of butterfish at levels below the acceptable. Of those who ate fish more than once a week, 11.1% bought the product at a cadmium-positive store. The multiple correspondence analysis showed a positive relationship between being black and consuming butterfish and tilapia more than once per week. Conclusions: The findings showed that the studied population had access to heavy metal-contaminated food, which combined with the women's cultural eating patterns, socioeconomic status, and metabolic characteristics led to a greater vulnerability to the effects of heavy metals exposure.


Assuntos
Adolescente , Adulto , Animais , Humanos , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Classe Social , Mulheres , Contaminação de Alimentos/análise , Metais Pesados/análise , Exposição Ambiental , Poluentes Ambientais/análise , Comportamento Alimentar , Fatores Socioeconômicos , Brassica/química , Etnicidade , Antropometria , Alimentos Marinhos/análise , Colômbia , Alface/química , Peixes
11.
Salud colect ; 13(3): 489-505, jul.-sep. 2017.
Artigo em Espanhol | LILACS | ID: biblio-903699

RESUMO

RESUMEN Desde un abordaje etnográfico, este artículo examina el papel de la racialización en los procesos de salud-enfermedad-atención-cuidado, específicamente dentro del ámbito de la salud materna, a partir de las experiencias de los proveedores y administradores de salud, parteras y madres indígenas y las receptoras de transferencias monetarias condicionadas a través del programa Oportunidades. Al analizar las capacitaciones del Instituto Mexicano del Seguro Social (IMSS) a parteras indígenas y de los talleres del programa Oportunidades para personas indígenas, este artículo critica la utilización de la "interculturalidad" a través de formas que reafirman inadvertidamente la desigualdad. El concepto de i(nter)dentificación racial se ofrece como una manera para entender los procesos de racialización que refuerzan la discriminación sin hacer referencia explícita a la raza. La i(nter)dentificación racial es una herramienta para el análisis de variables múltiples que contribuyen al análisis interno inmediato que ocurre durante encuentros cotidianos con la diferencia, lo cual también estructura cómo los individuos interactúan durante los encuentros médicos. Este artículo muestra cómo las condiciones sociohistóricas y políticas desiguales y el acceso diferencial a los recursos económicos se convierten en determinantes de la salud.


ABSTRACT Using an ethnographic approach, this article examines the role of racialization in health-disease-care processes specifically within the realm of maternal health. It considers the experiences of health care administrators and providers, indigenous midwives and mothers, and recipients of conditional cash transfers through the Oportunidades program in Mexico. By detailing the delivery of trainings of the Mexican Social Security Institute (IMSS) [Instituto Mexicano del Seguro Social] for indigenous midwives and Oportunidades workshops to indigenous stipend recipients, the article critiques the deployment of "interculturality" in ways that inadvertently re-inscribe inequality. The concept of racial i(nter)dentification is offered as a way of understanding processes of racialization that reinforce discrimination without explicitly referencing race. Racial i(nter)dentification is a tool for analyzing the multiple variables contributing to the immediate mental calculus that occurs during quotidian encounters of difference, which in turn structures how individuals interact during medical encounters. The article demonstrates how unequal sociohistorical and political conditions and differential access to economic resources become determinants of health.


Assuntos
Humanos , Feminino , Índios Centro-Americanos , Disparidades em Assistência à Saúde/etnologia , Racismo , Serviços de Saúde do Indígena/organização & administração , Serviços de Saúde Materna/organização & administração , Programas Nacionais de Saúde/organização & administração , Disparidades em Assistência à Saúde/organização & administração , Assistência à Saúde Culturalmente Competente/etnologia , Antropologia Cultural , México
12.
Cad. saúde pública (Online) ; 33(supl.1): e00104416, 2017.
Artigo em Inglês | LILACS | ID: biblio-839724

RESUMO

Abstract: In 2003, a Committee of the Institute of Medicine of the National Academy of Sciences summarized hundreds of studies documenting that US racial minorities, especially African Americans, receive poorer quality health care for a wide variety of conditions than their White counterparts. These racial differences in health care persist after controlling for sociodemographic factors and patients’ ability to pay for care. The Committee concluded that physicians’ unconscious negative stereotypes of African Americans, and perhaps other people of color, likely contribute to these health care disparities. This paper selectively reviews studies published after 2003 on the likely contribution of physicians’ unconscious bias to US health care disparities. All studies used the Implicit Association Test which quantifies the relative speed with which individuals associate positive attributes like “intelligent” with Whites compared to Blacks or Latino/as. In addition to assessing physicians’ unconscious attitudes toward patients, some studies focused on the behavioral and affective dimensions of doctor-patient communication, such as physicians’ “verbal dominance” and whether patients felt respected. Studies reviewed found a “pro-white” unconscious bias in physicians’ attitudes toward and interactions with patients, though some evidence suggests that Black and female physicians may be less prone to such bias. Limited social contact between White physicians and racial/ethnic minorities outside of medical settings, plus severe time pressures physicians often face during encounters with patients who have complex health problems could heighten their susceptibility to unconscious bias.


Resumo: Em 2003, um comitê do Instituto de Medicina da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos resumiu centenas de estudos documentando o fato de minorias raciais americanas, e principalmente os afro-americanos, receberem cuidados de saúde piores para uma ampla gama de doenças, em comparação com seus concidadãos brancos. Tais diferenças raciais persistem mesmo depois de ajuste para fatores sociodemográficos e para a capacidade dos pacientes de pagar pela assistência. O comitê concluiu que os estereótipos negativos inconscientes dos médicos contra afro-americanos, e talvez contra outras pessoas de cor, provavelmente contribuem para essas disparidades. O artigo faz uma revisão seletiva de estudos publicados desde 2003 sobre a provável contribuição do preconceito inconsciente dos médicos americanos para as desigualdades nos cuidados de saúde. Todos os estudos usaram o Teste de Associação Implícita, que quantifica a velocidade relativa com que os indivíduos associam atributos positivos como “inteligentes” aos brancos, comparados com os negros ou latinos. Além de avaliar atitudes inconscientes dos médicos em relação aos pacientes, alguns estudos analisaram as dimensões comportamentais e afetivas da comunicação médico-paciente, como a “dominância verbal” dos médicos e o fato dos pacientes se sentirem, ou não, respeitados. Os estudos revisados detectaram um viés inconsciente “pró-branco” nas atitudes e na interação dos médicos com os pacientes, embora algumas evidências sugiram que os médicos negros e as médicas podem ser menos propensos a esse tipo de viés. O contato social limitado entre médicos brancos e minorias étnico-raciais fora do contexto clínico e a premência do tempo com que os médicos lidam muitas vezes durante encontros com pacientes com problemas de saúde complexos podem agravar a susceptibilidade dos médicos ao preconceito inconsciente.


Resumen: En 2003, un comité del Instituto de Medicina de la Academia Nacional de Ciencia de los Estados Unidos resumió cientos de estudios que documentan el hecho de que las minorías raciales estadounidenses, especialmente los afroamericanos, reciben atención de salud peor para una amplia gama de enfermedades, en comparación con sus conciudadanos blancos. Las diferencias raciales en persisten incluso después del ajuste por factores sociodemográficos y la capacidad de los pacientes para pagar la atención. El comité concluyó que los estereotipos negativos inconscientes de los médicos contra los afroamericanos, y tal vez contra otras personas de color, probablemente contribuyen a estas disparidades. El artículo es una revisión selectiva de los estudios publicados desde 2003 sobre la posible contribución de la predisposición inconsciente de los médicos estadounidenses a las desigualdades en la atención sanitaria. Todos los estudios utilizaron el Test de Asociación Implícita, que cuantifica la velocidad relativa con la que los individuos asocian atributos positivos, como “inteligente”, a los blancos en comparación con los negros o latinos. Además de evaluar las actitudes inconscientes de los médicos hacia los pacientes, algunos estudios se centraron en las dimensiones conductuales y afectivas de la comunicación médico-paciente, como la “dominación verbal” de los médicos y si los pacientes se sentían respetados. Los estudios revisados encontraron un sesgo inconsciente “pro-blanco” en las actitudes e interacciones de los médicos con los pacientes, aunque algunas evidencias sugieren que los médicos negros y las mujeres pueden ser menos propensos a este sesgo. Un contacto social limitado entre los médicos blancos y las minorías raciales/étnicas fuera de los ambientes médicos, más las presiones de tiempo severas a las que suelen enfrentarse los médicos durante encuentros con pacientes que tienen complejos problemas de salud, podrían aumentar su susceptibilidad al sesgo inconsciente.


Assuntos
Humanos , Masculino , Feminino , Relações Médico-Paciente , Equidade em Saúde , Disparidades em Assistência à Saúde/etnologia , Racismo , Estados Unidos , Negro ou Afro-Americano , Atitude do Pessoal de Saúde , Etnicidade , Hispânico ou Latino , Grupos Raciais , População Branca
13.
Cad. saúde pública (Online) ; 33(4): e00005716, 2017. tab, graf
Artigo em Português | LILACS | ID: biblio-839700

RESUMO

Resumo: Este artigo objetivou identificar a prevalência de insegurança alimentar em uma área rural do Nordeste do Brasil e investigar este desfecho de acordo com a residência em comunidades quilombolas e não quilombolas. Foi um estudo transversal com 21 comunidades rurais, sendo nove quilombolas, em 2014, utilizando a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA). Foram estimadas prevalências e razões de prevalência para insegurança alimentar, e a análise múltipla foi conduzida por regressão de Poisson com variância robusta. A situação de insegurança alimentar foi encontrada em 52,1% das famílias estudadas, sendo 64,9% entre quilombolas e 42% entre as demais. Insegurança alimentar foi associada a ser quilombola (RP = 1,25); ter nível econômico mais baixo (RP = 1,89; 2,98 e 3,22 para os níveis C2, D e E, respectivamente); ser beneficiário do Programa Bolsa Família (RP = 1,52); e ter quatro residentes ou mais no domicílio (RP = 1,20). A prevalência de insegurança alimentar foi elevada em toda a população, no entanto as comunidades quilombolas, apesar de pertencerem à mesma área de abrangência das outras comunidades, apresentaram uma prevalência ainda maior de insegurança alimentar, reforçando a vulnerabilidade dessa população.


Abstract: This study aimed to measure the prevalence of food insecurity in a rural area of Northeast Brazil and investigate this outcome according to residence in quilombola communities (descendants of African slaves) versus non-quilombola communities. This was a cross-sectional study in 21 rural communities, 9 of which quilombolas, in 2014, using the Brazilian Food Insecurity Scale (EBIA). Prevalence rates and prevalence ratios were estimated for food insecurity, and Poisson multiple regression analysis with robust variance was performed. Food insecurity was found in 52.1% of the families: 64.9% in quilombola communities and 42% in the others. Food insecurity was associated with belonging to a quilombola community (PR = 1.25), lower economic status (PR = 1.89; 2.98, and 3.22 for status C2, D, and E, respectively), beneficiaries of Bolsa Família program (PR = 1.52), and four or more household members (PR = 1.20). Food insecurity prevalence was high in the entire population, but it was even higher in quilombola communities, even though they belonged to the same coverage area. The results emphasize this population’s vulnerability.


Resumen: Este artículo tuvo como objetivo identificar la prevalencia de la inseguridad alimentaria en un área rural del Nordeste de Brasil e investigar este resultado, de acuerdo con la residencia en comunidades quilombolas y no quilombolas. Fue un estudio transversal con 21 comunidades rurales, siendo 9 quilombolas, en 2014, utilizando Escala Brasileña de Inseguridad Alimentaria (EBIA). Se estimaron prevalencias y razones de prevalencia para inseguridad alimentaria, y el análisis múltiple fue dirigido por regresión de Poisson con variancia robusta. La situación de inseguridad alimentaria se encontró en un 52,1% de las familias estudiadas, siendo un 64,9% entre quilombolas y un 42% entre las demás. Inseguridad alimentaria se asoció a ser quilombola (RP = 1,25); tener un nivel económico más bajo (RP = 1,89; 2,98 y 3,22 para los niveles C2, D y E, respectivamente); ser beneficiario del programa Beca Familia (RP = 1,52); y la existencia de 4 residentes o más en el domicilio (RP = 1,20). La prevalencia de inseguridad alimentaria se elevó en toda la población, no obstante, las comunidades quilombolas, a pesar de pertenecer a la misma área de alcance de las otras comunidades, presentaron una prevalencia incluso mayor de inseguridad alimentaria, reforzando la vulnerabilidad de esa población.


Assuntos
Humanos , Pré-Escolar , Adolescente , População Negra , Abastecimento de Alimentos/estatística & dados numéricos , População Rural , Fatores Socioeconômicos , Brasil , Características da Família , Estado Nutricional/etnologia , Prevalência , Estudos Transversais , Inquéritos e Questionários , Fatores de Risco , Inquéritos Epidemiológicos
14.
Rev. panam. salud pública ; 38(2): 96-109, ago. 2015. ilus, tab
Artigo em Inglês | LILACS | ID: lil-764673

RESUMO

OBJECTIVE: To identify and understand the barriers to equitable care within health care settings that women of ethnic minorities encounter in Latin America and to examine possible strategies for mitigating the issues. METHODS: This was a comprehensive review of the literature from 2000-2015 available from the online databases PubMed, Google Scholar, EBSCOhost, and SciELO in Spanish, English, and Portuguese, using a keyword search that included the Region and country names. RESULTS: Health provider discrimination against Indigenous and Afrodescendant women is a primary barrier to quality health care access in Latin America. Discrimination is driven by biases against ethnic minority populations, women, and the poor in general. Discriminatory practices can manifest as patient-blaming, purposeful neglect, verbal or physical abuse, disregard for traditional beliefs, and the non-use of Indigenous languages for patient communication. These obstacles prevent delivery of appropriate and timely clinical care, and also produce fear of shame, abuse, or ineffective treatment, which, in addition to financial barriers, deter women from seeking care. CONCLUSIONS: To ensure optimal health outcomes among Indigenous and Afrodescendant women in Latin America, the issue of discrimination in health care settings needs to be understood and addressed as a key driver of inequitable health outcomes. Strategies that target provider behavior alone have limited impact because they do not address women's needs and the context of socioeconomic inequality in which intra-hospital relations are built.


OBJETIVOS: Determinar y comprender las barreras que impiden en los entornos de atención de salud de América Latina la asistencia equitativa a las mujeres pertenecientes a minorías étnicas, y analizar las posibles estrategias dirigidas a mitigar los problemas. MÉTODOS: Se llevó a cabo una evaluación exhaustiva de la bibliografía publicada del 2000 al 2015 en las bases de datos en línea PubMed, Google Académico, EBSCOhost y SciELO en español, inglés y portugués, mediante una búsqueda de palabras clave que incluyó los nombres de la Región y los países. RESULTADOS: La discriminación por parte de los proveedores de servicios de salud contra las mujeres indígenas y afrodescendientes constituye una barrera primaria que impide a estas el acceso a una atención de salud de calidad en América Latina. La discriminación surge de los prejuicios contra las poblaciones de minorías étnicas, las mujeres y los pobres en general. Las prácticas discriminatorias se pueden manifestar en forma de culpabilización de las pacientes, negligencia intencionada, maltrato verbal o físico, falta de respeto a las creencias tradicionales y no utilización de los idiomas indígenas para comunicarse con las pacientes. Estos obstáculos impiden la prestación de una atención médica apropiada y oportuna, y también provocan temor a pasar vergüenza, al maltrato o a un tratamiento ineficaz que, junto a las barreras económicas, disuaden a las mujeres de acudir en busca de asistencia. CONCLUSIONES: Para garantizar resultados óptimos en materia de salud entre las mujeres indígenas y afrodescendientes de América Latina, es preciso comprender y abordar el problema de la discriminación en los entornos de atención de salud como factor clave de los resultados no equitativos en materia de salud. Las estrategias dirigidas exclusivamente al comportamiento de los proveedores tienen una repercusión limitada, porque no abordan las necesidades de las mujeres y el contexto de desigualdad socioeconómica en el que se forjan las relaciones intrahospitalarias.


Assuntos
Saúde da Mulher , Assistência Integral à Saúde , Equidade em Saúde , América Latina
15.
Cad. saúde pública ; 30(7): 1438-1452, 07/2014. tab
Artigo em Inglês | LILACS | ID: lil-720541

RESUMO

This study analyzed racial inequalities in health in 18,684 elderly Brazilians 65 years or older, interviewed in the National Household Sample Survey in 2008 (PNAD 2008), and who reported their color/race as white, brown, or black. Associations were estimated between self-rated health status, functional incapacity, and number of chronic conditions according to crude and adjusted regression analyses (α = 0.01). The majority of the elderly were white (56.2%). In the adjusted analysis, brown color/races was associated with worse self-rated health status (OR = 1.11; 95%CI: 1.03-1.18) and black color/race was associated with more chronic diseases (PR = 1.07; 95%CI: 1.02-1.13). Brown color/race appeared as a protective factor against functional incapacity. When brown and black elderly were combined in one category (“black”), “black” elderly continued to show worse self-rated health status (OR = 1.09; 95%CI: 1.02-1.16) and lower odds of functional incapacity (OR = 0.83; 95%CI: 0.76-0.92). “Black” color/race lost the association with number of chronic diseases. Color/race explained part of the health inequalities in elderly Brazilians, but other socioeconomic variables had a more striking effect.


Se analizaron las desigualdades raciales en la salud de 18.684 ancianos brasileños con ≥ 65 años, incluidos en el Estudio Nacional por Muestra de Domicilios 2008 (PNAD 2008), que autodefinieron su raza/color del siguiente modo: blanco, mestizo y negro. El trabajo calcula las asociaciones de raza/color con la autoevaluación del estado de salud, incapacidad funcional y con el número de enfermedades crónicas, utilizando análisis de regresión no ajustados y ajustados (α = 0,01). Predominaron los ancianos blancos (56,2%). En el análisis ajustado, la raza/color mestizo se asocia con un peor estado de salud autodefinido (OR = 1,11; IC95%: 1,03-1,18) y los negros con el mayor número de condiciones crónicas (RP = 1,07; IC95%: 1,02-1,13). La raza/color mestizo fue un factor protector para la incapacidad funcional. Si se unen mestizos y negros, aún sigue siendo mayor la posibilidad de que los negros autodefinan un peor estado de salud (OR = 1,09; IC95%: 1,02-1,16) y sigue existiendo una menor posibilidad de incapacidad funcional (OR = 0,83; IC95%: 0,76-0,92). El color/raza negra perdió su asociación con el número de condiciones crónicas. Otras variables socioeconómicas poseían efectos más marcados en la salud de los ancianos pertenecientes a uno de los grupos expuestos.


Analisaram-se as desigualdades raciais na saúde de 18.684 idosos brasileiros com 65 anos ou mais, incluídos na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2008 (PNAD 2008), que autorreferiram sua cor/raça como branca, parda ou preta. Estimaram-se associações da cor/raça com autoavaliação do estado de saúde, incapacidade funcional e com o número de doenças crônicas em análises de regressão brutas e ajustadas (α = 0,01). Predominaram idosos brancos (56,2%). Na análise ajustada, a cor/raça parda associou-se positivamente com pior estado de saúde autorreferido (RC = 1,11; IC95%: 1,03-1,18) e a preta com o maior número de doenças crônicas (RP = 1,07; IC95%: 1,02-1,13). A cor/raça parda foi fator protetor para incapacidade funcional. Unindo-se pardos e pretos (negros), manteve-se a maior chance de os negros autorreferirem pior estado de saúde (RC = 1,09; IC95%: 1,02-1,16) e menor chance de incapacidade funcional (RC = 0,83; IC95%: 0,76-0,92). A cor/raça negra perdeu associação com o número de doenças crônicas. A cor/raça explicou parte das desigualdades em saúde dos idosos, mas outras variáveis socioeconômicas tiveram efeito mais marcante.


Assuntos
Idoso , Feminino , Humanos , Masculino , População Negra , Etnicidade , População Branca , Características da Família , Indicadores Básicos de Saúde , Autorrelato , Brasil , Estudos Transversais , Avaliação Geriátrica/estatística & dados numéricos , Serviços de Saúde para Idosos , Pigmentação da Pele , Fatores Socioeconômicos
16.
Rev. baiana saúde pública ; 37(4)out.-dez. 2013. graf, tab
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-728995

RESUMO

O reconhecimento da problemática da saúde da população negra tem subsidiado a mobilização social em torno da formulação de políticas e programas específicos nas três esferas de gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). O objetivo deste artigo é descrever e analisar o processo de formulação da Política de Saúde da População Negra ocorrido em Salvador, no período 2005­2006, com base em extensa revisão documental e análise de entrevistas realizadas com informantes-chave que participaram direta ou indiretamente do processo. Os resultados incluem a caracterização do contexto, a identificação dos atores e a descrição do processo político-institucional desenvolvido pelo Grupo de Trabalho de Saúde da População Negra, criado no âmbito da Secretaria Municipal de Saúde em 2005, bem como a análise dos problemas identificados e as propostas elaboradas e formalizadas no Plano Municipal de Saúde 2006­2009.


The recognition of the health problem of the black population has subsidized social mobilization around the formulation of specific policies and programs in the three spheres of management of the Unified Health System (SUS). The purpose of this article is to describe and analyze the process of formulating the Health Policy of the Black Population that took place in Salvador, in the 2005­2006 period, based on an extensive document review and analysis of interviews with key informants who participated directly or indirectly in the process. The results include the characterization of the context, the identification of the actors and the description of the political-institutional process developed by the Black Population Health Working Group, created within the scope of the Municipal Health Secretariat in 2005, as well as the analysis of the problems identified and the proposals prepared and formalized in the 2006­2009 Municipal Health Plan.


El reconocimiento del problema de salud de la población negra ha subsidiado la movilización social en torno a la formulación de políticas y programas específicos en los tres ámbitos de gestión del Sistema Único de Salud (SUS). El propósito de este artículo es describir y analizar el proceso de formulación de la Política de Salud de la Población Negra que tuvo lugar en Salvador, en el período 2005-2006, a partir de una extensa revisión documental y análisis de entrevistas con informantes clave que participaron directa o indirectamente en la proceso. Los resultados incluyen la caracterización del contexto, la identificación de los actores y la descripción del proceso político-institucional desarrollado por el Grupo de Trabajo de Salud de la Población Negra, creado en el ámbito de la Secretaría Municipal de Salud en 2005, así como el análisis de los problemas identificados y las propuestas elaboradas y formalizadas en el Plan Municipal de Salud 2006-2009.


Assuntos
Humanos , Sistema Único de Saúde , População Negra , Saúde da População , Política de Saúde
17.
Rev. saúde pública ; 47(5): 854-864, out. 2013. tab, graf
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-700222

RESUMO

OBJETIVO Analisar características sociodemográficas e clínico-epidemiológicas dos casos de tuberculose e fatores associados ao abandono e ao óbito na vigência do tratamento. MÉTODOS Estudo epidemiológico baseado em dados notificados de tuberculose em indígenas e não indígenas, segundo raça/cor, em Mato Grosso do Sul, entre 2001 e 2009. Realizou-se análise descritiva dos casos de acordo com as variáveis sexo, faixa etária, zona de residência, exames empregados para o diagnóstico, forma clínica, tratamento supervisionado e situação de encerramento, segundo raça/cor. Utilizou-se análise univariada e múltipla por meio de regressão logística para identificar preditores de abandono e óbito, e odds ratio como medida de associação. Foi construída série histórica de incidência, segundo raça/cor. RESULTADOS Registraram-se 6.962 casos novos de tuberculose no período, 15,6% entre indígenas. Houve predomínio em homens e adultos (20 a 44 anos) em todos os grupos. A maior parte dos doentes indígenas residia na zona rural (79,8%) e 13,5% dos registros nos indígenas ocorreram em < 10 anos. A incidência média no estado foi 34,5/100.000 habitantes, 209,0; 73,1; 52,7; 23,0 e 22,4 entre indígenas, amarelos, pretos, brancos e pardos, respectivamente. Doentes de 20 a 44 anos (OR = 13,3; IC95% 1,9;96,8), do sexo masculino (OR = 1,6; IC95% 1,1;2,3) e de raça/cor preta (OR = 2,5; IC95% 1,0;6,3) mostraram associação com abandono de tratamento, enquanto doentes > 45 anos (OR = 3,0; IC95% 1,2;7,8) e com a forma mista (OR = 2,3; IC95% 1,1;5,0) apresentaram associação com óbito. Apesar de representarem 3,0% da população, os indígenas foram responsáveis por 15,6% das notificações no período. ...


OBJETIVO Analizar características sociodemográficas y clínico-epidemiológicas de los casos de tuberculosis y factores asociados con el abandono y el óbito en la vigencia del tratamiento. MÉTODOS Estudio epidemiológico basado en datos notificados de tuberculosis en indígenas y no indígenas, de acuerdo a la raza y el color, en Mato Grosso do Sul, entre 2001 y 2009. Se realizó análisis descriptivo de los casos de acuerdo con las variables sexo, grupo etario, zona de residencia, exámenes empleados para el diagnóstico, forma clínica, tratamiento supervisado y situación de conclusión, de acuerdo a raza/color. Se utilizó análisis univariado y múltiple por medio de regresión logística para identificar predictores de abandono y óbito, y odds ratio como medida de asociación. Se construyó serie histórica de incidencia, de acuerdo a raza/color. RESULTADOS Se registraron 6.962 casos nuevos de tuberculosis en el período, 15,6% entre indígenas. Hubo predominio en hombres y adultos (20 a 44 años) en todos los grupos. La mayor parte de los indígenas enfermos residía en la zona rural (79,8%) y 13,5% de los registros en los indígenas ocurrieron en < 10 años. La incidencia promedio en el estado fue 34,5/100.000 habitantes, 209,0; 73,1; 52,7; 23,0 y 22,4 entre indígenas amarillos, negros, blancos y pardos, respectivamente. Enfermos de 20 a 44 años (OR=13,3; IC95% 1,9;96,8), del sexo masculino (OR = 1,6; IC95% 1,1;2,3) y de raza/color negra (OR= 2,5; IC95% 1,0;6,3) mostraron asociación con abandono del tratamiento, mientras que los enfermos > 45 años (OR= 3,0; IC95% 1,2;7,8) y con la forma mixta (OR= 2,3; IC95% 1,1;5,0) presentaron asociación con óbito. A pesar de representar 3,0% de la población, los indígenas fueron responsables por 15,6% de las ...


OBJECTIVE To describe the sociodemographic and clinical-epidemiological characteristics of tuberculosis cases and identify associated factors with abandoning treatment and death whilst undergoing treatment. METHODS Epidemiological study based on cases of tuberculosis recorded in indigenous and non-indigenous individuals according to race/color in Mato Grosso do Sul, Midwestern Brazil, between 2001 and 2009. Descriptive analysis of the cases was carried out according to the variables of sex, age group, residence, type of test used in the diagnosis, clinical form, supervised treatment and final status, according to race/color. Univariate/multivariate logistic regression analyses were used to identify predictors of abandoning treatment and death, using odds ratio as a measure of association. A time series of incidence according to race/color was constructed. RESULTS In the period, 6,962 new cases of tuberculosis were registered, 15.6% being among indigenous. The illness was predominantly found in men and adults (20-44 years old) in all groups. Most of the indigenous patients lived in rural areas (79.8%) and 13.5% of the records in indigenous occurred in children aged < 10 years. The average incidence in the state was 34.5/100,000 inhabitants, being 209.0, 73.1, 52.7, 23.0 and 22.4 in indigenous, and those with yellow, black, white and brown skin, respectively. Patients aged 20 to 44 years (OR = 13.3, 95%CI 1.9;96.8), male (OR = 1.6, 95%CI 1.1;2.3) and of black race/color (OR = 2.5, 95%CI 1.0;6.3) were associated with abandoning treatment, while patients aged > 45 years (OR = 3.0, 95%CI 1.2;7.8) and with the mixed form (OR = 2.3, 95%CI 1.1;5.0) showed association with death. Although they only account for 3.0% of the population, the indigenous were responsible for 15.6% of cases recorded during the period. CONCLUSIONS Major inequalities in the tuberculosis illness process were found between the categories studied. Incidence in ...


Assuntos
Adolescente , Adulto , Criança , Pré-Escolar , Feminino , Humanos , Lactente , Recém-Nascido , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Índios Sul-Americanos/estatística & dados numéricos , Tuberculose Pulmonar/epidemiologia , Brasil/epidemiologia , Incidência , Estudos Retrospectivos , Fatores Socioeconômicos
18.
Rev. saúde pública ; 47(5): 905-913, out. 2013. tab
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-700226

RESUMO

OBJETIVO Analisar o uso de medicamentos pela população quilombola. MÉTODOS Estudo transversal de base populacional com 797 quilombolas adultos de Vitória da Conquista, BA, em 2011. Utilizou-se análise de variância para comparar as médias de medicamentos por indivíduo segundo variáveis demográficas, socioeconômicas e de comportamentos relacionados à saúde. Foram estimadas as prevalências, razões de prevalência e os respectivos intervalos de confiança de 95%. Análise múltipla foi conduzida por meio de regressão de Poisson com variância robusta. RESULTADOS Os medicamentos mais consumidos pela população foram aqueles que atuam nos sistemas cardiovascular e nervoso. A prevalência de uso de medicamentos foi de 41,9%, significativamente maior nas mulheres (50,3%) do que nos homens (31,9%). Após análise ajustada, o uso de fármacos foi associado a sexo feminino, idade de 60 anos e mais, nível econômico mais alto, pior avaliação da saúde, maior número de morbidades autorreferidas e de consultas médicas. CONCLUSÕES Mulheres e idosos deverão ser os grupos de preferência para o desenvolvimento de estratégias específicas que garantam o uso racional dos medicamentos. É necessária a promoção de prescrição racional no cotidiano dos serviços de saúde. .


OBJETIVO Analizar el uso de medicamentos por la población quilombola. MÉTODOS Estudio transversal de base poblacional con 797 quilombolas adultas de Vitória da Conquista, Bahia, Brasil, en 2011. Se utilizó análisis de varianza para comparar los promedios de medicamentos por individuo según variables demográficas, socioeconómicas y de conductuales relacionados con la salud. Se estimaron las prevalencias, tasas de prevalencia y los respectivos intervalos de 95% de confianza. El análisis múltiple fue realizado por medio de regresión de Poisson con varianza robusta. RESULTADOS Los medicamentos más consumidos por la población fueron aquellos que actúan en los sistemas cardiovascular y nervioso. La prevalencia de uso de medicamentos fue de 41,9%, significativamente mayor en las mujeres (50,3%) que en los hombres (31,9%). Posterior al análisis ajustado, el uso de fármacos estuvo asociado al sexo femenino, edad de 60 años y más, nivel económico más alto, peor evaluación de la salud, mayor número de morbilidades auto-referidas y de consultas médicas. CONCLUSIONES Mujeres y ancianos deben ser los grupos de preferencia para el desarrollo de estrategias específicas que garanticen el uso racional de los medicamentos. Es necesaria la promoción de prescripción racional en el cotidiano de los servicios de salud. .


OBJECTIVE To characterize the medication use by the quilombola population. METHODS A population-based cross-sectional study was conducted with 797 adult quilombola in Vitória da Conquista, BA, Northeastern Brazil, in 2011. Analysis of variance was used to compare means of drugs by subject, according to demographic, socioeconomic and health-related behavior variables. Prevalence, prevalence ratios and their 95% confidence intervals were estimated. Multivariate analysis was carried out using Poisson regression with robust variance. RESULTS The most widely consumed drugs by the population were those for the cardiovascular and nervous systems. Prevalence of medication use was 41.9%, significantly higher among women (50.3%) than men (31.9%). After adjusted analysis, medication use was associated with being female gender, being aged 60 or older, higher economic level, worse self-rated health, greater number of self-reported diseases and number of medical appointments. CONCLUSIONS Strategies to improve rational drug use should preferentially focus on women and older adults. Thus, special attention should be given to promote rational prescription in everyday health services. .


Assuntos
Adolescente , Adulto , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , População Negra/estatística & dados numéricos , Uso de Medicamentos/estatística & dados numéricos , Brasil/epidemiologia , Estudos Transversais , Autorrelato , Fatores Socioeconômicos
19.
Cad. saúde pública ; 29(8): 1572-1582, Ago. 2013. tab
Artigo em Português | LILACS | ID: lil-684644

RESUMO

Revisões recentes da literatura indicam que o número de estudos sobre disparidades étnicoraciais no Brasil é escasso. A análise multinível torna-se necessária já que o conceito de raça/cor é socialmente construído e pode variar segundo local de residência. Foram analisados 2.697 indivíduos residentes em 145 municípios brasileiros, segundo raça (branca, preta e parda). Foram ajustados modelos multinível utilizando inferência bayesiana pelo método Monte Carlo via Cadeias de Markov. Após a inclusão de variáveis demográficas, socioeconômicas e de acesso a serviços de saúde, indivíduos de raça preta e parda tiveram maior razão de chances de avaliarem sua saúde como negativa (RC = 1,71; IC95%: 1,24; 2,37 e RC = 1,37; IC95%: 1,10; 1,71, respectivamente). Características do local de residência não alteraram significativamente a relação entre raça/cor e saúde autoavaliada. Após a recategorização da variável dependente, as características étnico-raciais perderam significância estatística. O presente estudo indica que as disparidades raciais em saúde podem ser mais complexas do que o esperado.


Recent literature reviews have shown that studies analyzing racial/ethnic disparities in Brazil are still scarce. Multilevel approaches are necessary, since race is a socially constructed concept and can vary by area of residence. The analysis included 2,697 individuals from 145 Brazilian municipalities (counties), classified by race (white, black, or mixed). Multilevel models were fitted using Bayesian inference with Markov Chain Monte Carlo methods. After including demographic, socioeconomic, and health access variables, black and mixed-race individuals showed higher odds of negative self-rated health (OR = 1.71; 95%CI: 1.24; 2.37 and OR = 1.37; 95%CI: 1.10; 1.71, respectively). Characteristics of the area of residence did not significantly affect the association between race and self-rated health. Racial/ethnic disparities lost their statistical significance after re-categorization of the dependent variable. The results indicate that racial/ ethnic disparities in health in Brazil may be deeper and more complex than expected.


Las revisiones bibliográficas recientes muestran que los estudios que analizan las disparidades etno-raciales en Brasil siguen siendo escasos. Es necesario un enfoque multinivel, debido a que el concepto de raza es una construcción social, y es susceptible de variar según la zona de residencia. El presente análisis incluyó a 2.697 personas de 145 municipios brasileños, separados por raza (blanco, negro y mestizos). Se ajustaron modelos multinivel, usando la inferencia bayesiana con métodos Markov Chain Monte Carlo. Después de incluir las variables demográficas, socioeconómicas y de acceso a la salud como controles, las personas identificadas como negros y mestizos tuvieron un odds ratio más elevado al juzgar su salud en términos negativos (OR = 1,71; IC95%: 1,24; 2,37 y OR = 1,37; 95%CI: 1,10; 1,71, respectivamente). Después de la recategorización de la variable dependiente, las disparidades etno-raciales perdieron significación estadística. Los resultados indican que las disparidades etno-raciales en salud en Brasil pueden ser más complejas y profundas de lo esperado.


Assuntos
Adulto , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Grupos Raciais/estatística & dados numéricos , Disparidades nos Níveis de Saúde , Acesso aos Serviços de Saúde/estatística & dados numéricos , Autorrelato , Brasil , Análise Multinível , Fatores Socioeconômicos
20.
Rev. saúde pública ; 47(3): 470-478, jun. 2013. tab, graf
Artigo em Inglês | LILACS | ID: lil-690834

RESUMO

OBJECTIVE: To analyse recent trends in oral cancer mortality, focusing specifically on differences concerning gender and race. METHODS: Official information on deaths and population in the city of Sao Paulo, 2003 to 2009, were used to estimate mortality rates from oral cancer (C00 to C10, International Classification of Diseases, 10th Revision), adjusted for age and stratified by gender (females and males) and race (blacks and whites). The Prais-Winsten auto-regression procedure was used to analyse the time series. RESULTS: During the study period, 8,505 individuals living in the city of Sao Paulo died of oral cancer. Rates increased for females (rate of yearly increase = 4.4%, 95%CI 1.4;7.5), and levelled off for men, which represents an inversion of previous trends among genders in the city. Increases were identified for blacks, with a high rate of yearly increase of 9.1% (95%CI 5.5;12.9), and levelled off for whites. Oral cancer mortality in blacks almost doubled during the study period, and surpassed mortality in whites for almost all categories. CONCLUSIONS: Mortality presented a higher increase among women than in men, and it doubled among backs. The surveillance of trends of oral cancer mortality across gender and racial groups may contribute to implementing socially appropriate health policies, which concurrently reduce the burden of disease and the attenuation of unfair, avoidable and unnecessary inequalities in health. .


OBJETIVO: Analisar tendências recentes da mortalidade por câncer de boca, focalizando diferenças quanto a sexo e raça. MÉTODOS: Foram utilizados dados oficiais de população e mortalidade na cidade de São Paulo entre 2003 e 2009 para estimar coeficientes de mortalidade por câncer de boca (C00-C10, Classificação Internacional de Doenças, 10a Revisão), com ajuste por idade e estratificação por sexo (feminino e masculino) e cor (negros e brancos). Para cálculo de tendências foi utilizado o procedimento de Prais-Winsten de autorregressão para análise de séries temporais. RESULTADOS: No período de estudo, 8.505 indivíduos residentes na cidade morreram de câncer de boca. Os coeficientes apresentaram tendência crescente para mulheres (taxa de crescimento anual = 4,4%, IC95% 1,4;7,5) e estacionária para homens, representando inversão das tendências anteriores entre os sexos, na cidade. Identificou-se tendência crescente para negros, com elevada taxa de aumento anual (9,1%, IC95% 5,5;12,9), e tendência estacionária para brancos. A mortalidade por câncer de boca em negros quase dobrou durante o período e ultrapassou a mortalidade em brancos para quase todas as categorias. CONCLUSÕES: A mortalidade entre mulheres aumentou mais do que entre homens e duplicou entre negros. A vigilância de tendências da mortalidade por câncer de boca entre os estratos de sexo e cor pode contribuir para programas de saúde que reduzam a carga de doença e atenuem diferenças em saúde que são injustas, evitáveis e desnecessárias. .


OBJETIVO: Analizar tendencias recientes de mortalidad por cáncer de boca, enfocando diferencias con respecto a sexo y raza MÉTODOS: Se utilizaron datos oficiales de población y mortalidad en la ciudad de Sao Paulo (Brasil) entre 2003 y 2009 para estimar coeficientes de mortalidad por cáncer de boca (C00-C10, Clasificación Internacional de Enfermedades, 10ª Revisión), con ajuste por edad y estratificación por sexo (femenino y masculino) y raza (negros y blancos). Para calcular las tendencias se utilizó procedimiento de Prais-Winsten de auto-regresión para análisis de series temporales. RESULTADOS: En el período de estudio, 8505 individuos residentes en la ciudad murieron por cáncer de boca. Los coeficientes presentaron tendencia creciente en mujeres (tasa de crecimiento anual = 4,4%, IC95%: 1,4;7,5) y estacionaria en hombres, representando inversión de las tendencias anteriores entre sexos, en la ciudad. Se identificó tendencia creciente en negros, con elevada tasa de crecimiento anual (9,1%, IC95%:5,5;12,9), y tendencias estacionaras en blancos. La mortalidad por cáncer de boca en negros casi se duplicó durante el período y sobrepasó la mortalidad en blancos para casi todas las categorías. CONCLUSIONES: la mortalidad entre mujeres aumentó más que en hombres y se duplicó en negros. La vigilancia de tendencias de mortalidad por cáncer de boca entre los estratos de sexo y raza puede contribuir en programas de salud que reduzcan la carga de enfermedad, y atenúen las diferencias que son injustas, evitables e innecesarias. .


Assuntos
Adulto , Idoso , Feminino , Humanos , Masculino , Pessoa de Meia-Idade , Adulto Jovem , Neoplasias Bucais/mortalidade , Fatores Socioeconômicos , Consumo de Bebidas Alcoólicas/epidemiologia , Brasil/epidemiologia , Cidades/epidemiologia , Mortalidade/tendências , Neoplasias Bucais/etnologia , Fatores de Risco , Distribuição por Sexo , Fumar/epidemiologia
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